terça-feira, 15 de setembro de 2009

03/09/2009 - Organização e Unidade 15

Eh vida louca...
Inciamos nosso encontro colocando a casa em dia:
- Entreguei para as cursistas o CD das Avaliações diagnósticas e verificamos em que turmas iriamos aplicar, se em todas, ou somente nas que estavámos trabalhando as atividades do Gestar. Decidimos aplicar nas turmas do Gestar, o primeiro fator levado em consideração foi o TEMPO e o segundo fator foi o GASTO, pois estamos em contenção de TUDO, então cópias...;
- Depois tivemos que reorganizar nosso CRONOGRAMA, pois teve a necessidade de trocas de dias dos nossos encontros, devido a local disponível para o GESTAR e depois de tudo verificado, passamos para a exploração da Unidade 15.
Por que e para que perguntar?
Como chegar à estrutura do texto?
Quando queremos aprender?
Essas questões da Unidade nos levaram a muitas reflexões e inicialmente concluímos que todas as induções ( questionamentos) no início das Unidades ora parecem verificação de aprendizagem, mas em outros momentos servem muito de Reflexão. Reflexão sobre o que e para quê? Neste momento o grupo falou do poder do ler e escrever, da motivação em sala de aula e da apreensão de nossos alunos. O quanto é importante uma aula motivada para a captação da atenção dos alunos. Mas e quando essa atenção não é unânime, devemos desistir? O grupo novamente concluiu que para ser educador uma das virtudes é jamais desitir de um aluno, devemos sempre semear energia e otimismo para colhermos futuros frutos.
Ao lermos o texto de Ruth Rocha, achamos maravilhoso e o título não nos trouxe ideias ruins e nem críticas, mas algo que fosse realmente surpreendente, fascinante, que fugisse da normalidade, justamente o ambíguo. Neste momento, atenção!
A ambiguidade está por toda parte e devemos cuidar para que nossos alunos não captem informações dúbias, isso gerará dúvidas futuras. Devemos cuidar nosso modo de mostrar os conteúdos para que seja fornecido a informação correta e mais precisa possível.
Chegamos ao ponto..., a necessidade de uma elaboração prévia de nossas aulas, uma sequência didática: o que fazer?, como fazer?, o que induzir?, como motivar e atrair?. São questões aparentemente bobas, mas não são. Existe sim a necessidade de induzirmos os alunos nos questionamentos, pois se eles não perceberem as pistas dos textos, não serão críticos, não buscarão nada nesta leitura. Mas e quando os alunos não conseguem estruturar perguntas e respostas contidas nos textos? Quando só estruturam perguntas em que as respostas estão fora dos textos?
"Essas questões vieram à tona porque tenho alunos assim, que não conseguem realizar esse processo nas aulas e estou encontrando muitas dificuldades para com esses alunos, toda aula trabalho muito com os alunos e principalmente com esses que possuem essa dificuldade." ( Profª Sabrina)
Assim seguiu nossa conversa, muitas perguntas, algumas respostas e...
Verificamos a importância da sequência didática para que os alunos possam achar as pistas dos textos e fazer um bom mapeamento com as infromações necessárias para compreensão. O trabalho do professor para o despertar do interesse do aluno é de suma importância. Motivar para buscar o interesse.
O aluno interessado, achará as pistas dos textos e perceberá que as informações estão além das linhas. As informações são internas e externas, isso é ser Letrado.
Na sequência do Ampliando nossas referências: Por que meu aluno não lê?, conversamos e concluímos que a falta de hábito e também o próprio ambiente em que vivem, contribui muito para a barreira existente em nosso alunos, diante de uma leitura ou um trabalho com texto. Quando aparece texto já vem as reclamações.
Mas por quê?
Pode ser reflexo de aulas maçantes, transformadas em cópias e em pretextos para o trabalho com a gramática e o que é pior, significado de "professora exigente". Para quem não entendeu o termo, explicamos que temos infelizmente, muitos pais que se não enxergam os cadernos dos filhos lotados de matéria, crucificam os professores dizendo que o professor só "mata tempo", não dá aula como era antigamente. Pais que precisam ver o caderno lotado de cópias, cheios, para dizer que o aluno está em uma escola boa, que cobra bastante.
Como trabalhar algo diferente em sala de aula, se ainda a escola é vista como punidora e copista?
É preciso mudança urgente! (Professora Sabrina Lourenço)
Relato de minha aluna Fabiana:

Ao lermos a Unidade 15, logo percebemos a grande dimensão de informações precisas que ela nos oferece. Logo no início os questionamentos apresentados nos levam a muitas reflexões.

Por que e para que perguntar.
Como chegar a estrutura do texto?
Quando queremos aprender.

Os objetivos desta Unidade visam:
- Conhecer as várias funções e formas das perguntas, na ajuda à leitura do aluno;
- Utilizar procedimentos que levem à determinação da estrutura do texto;
- Utilizar procedimentos adequados para atingir o objetivo de ler para aprender.

“A leitura nem sempre é um prazer, ou uma viagem, ou mágica. A leitura implica esforço, aprendizagem nem sempre muito fácil, disposição. Afinal, ler e escrever são experiências conquistadas pelo trabalho, que pode, sim ser compensador e tornar-se prazer, alegria, viagem (...) como querem os anúncios sedutores.A leitura é sempre um meio. Lemos sempre para alguma coisa: para saber mais, para nos alegrar, ela é sempre uma forma de nos entendermos e de nos situarmos no mundo do universo familiar ao mais amplo”.

A leitura é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de construção do significado do texto, a partir dos seus objetivos, do seu conhecimento sobre o assunto, sobre o autor, de tudo o que sabe sobre a língua: características do gênero, do portador, do sistema de escrita, etc. Não se trata simplesmente de extrair informação da escrita, decodificando-a letra por letra, palavra por palavra. Trata-se de uma atividade que implica, necessariamente, compreensão nas quais os sentidos começam a ser constituídos antes da leitura propriamente dita. Qualquer leitor experiente que conseguir analisar sua própria leitura constatará que a decodificação é apenas um dos procedimentos que utiliza quando lê: a leitura fluente envolve uma série de outras estratégias como seleção, antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível rapidez e proficiência. É o uso desses procedimentos que permite controlar o que vai sendo lido, tomarem decisões diante de dificuldades de compreensão, arriscar-se diante do desconhecido, buscar no texto a comprovação das suposições feitas, ...
Um leitor competente é alguém que, por iniciativa própria, é capaz de selecionar, dentre os trechos que circulam socialmente, aqueles que podem atender a uma necessidade sua. Que consegue utilizar estratégias de leitura adequada para abordá-los de formas a atender a essa necessidade.
Formar um leitor competente supõe formar alguém que compreenda o que lê; que possa aprender a ler também o que não está escrito, identificando elementos implícitos; buscando as “pistas” que o texto vai lhe oferecendo, estabelecendo relações entre o texto que lê e outros textos já lidos; que saiba que vários sentidos podem ser atribuídos a um texto; que consiga justificar e validar a sua leitura a partir da localização de elementos discursivos.
Os alunos devem receber instruções precisas sobre como realizar atividades que envolvam a leitura, sendo que o núcleo central resida na possibilidade de que o leitor possa descobrir a lógica interna do texto e possa construir uma interpretação adequada de seu significado, deixando um pouco de lado diferentes intenções e as habilidades comuns a todas as atividades de leitura. O professor deve utilizar metodologias diferenciadas para facilitar a compreensão dos educados.
As atividades mais frequentes para auxiliar na compreensão do que se leu são resumir, sublinhar as ideias principais, tomar notas ou formular perguntas sobre o texto. É importante o professor interagir com o aluno nesse processo, fazendo resumos oralmente, fazendo esquemas e simplesmente trocando opiniões com os alunos. Os próprios alunos é que têm que elaborar o seu esquema de entendimento e não limitar-se a seguir esquemas já prontos. O professor tem que dar ao aluno um papel muito mais ativo na elaboração do significado, ensinando-o as maneiras efetivas de fazê-lo.
Se o objetivo é formar cidadãos capazes de compreender os diferentes textos com os quais se defrontam, é preciso organizar o trabalho educativo para que experimentem e aprendam isso na escola. Principalmente quando os alunos não têm contato com bons materiais de leitura e com adultos leitores, quando não participam de práticas onde ler é indispensável. É preciso, oferecer-lhes os textos do mundo: não se formam bons leitores solicitando aos alunos que leiam apenas durante as atividades na sala de aula, apenas no livro didático, apenas porque o professor pede. Eis a primeira e talvez a mais importante estratégia didática para a prática de leitura: o trabalho com a diversidade textual. Sem ela pode-se até ensinar a ler, mas certamente não se formará leitores competentes.
O estudo desta Unidade nos leva à reflexão sobre o que é mais produtivo na linguagem e que desenvolvem no aluno as habilidades de ler, escrever e interpretar, não apenas textos de gêneros diversos, mas de fazê-lo interpretar as mais variadas realidades a que for exposto; enriquecendo sua leitura social, não unicamente daquela em que está inserido, mas ir além; compreender e adaptar-se a meios sociais diferentes; formulando para isto, perguntas adequadas sobre os gêneros lidos e analisando as respostas obtidas, de modo a sondar-lhes o nível de conhecimento adquirido nessas leituras, sobretudo, se este conhecimento contribui para o letramento desse aluno; se amplia sua capacidade de produzir novos textos, partindo de conceitos interiorizados através da leitura. Entendemos que o objetivo do "por que e para que perguntar", tem como função levar a um trabalho prazeroso do aluno que, direcionado, encontra incentivo e se vê envolvido pelos temas abordados, propiciando-lhe mergulhar nos assuntos que o norteiam.
A grande maioria dos alunos não gosta de ler e não leem, devido à falta de incentivo tanto em casa como na escola, o fator contrário é a TV, jogos, pois são mais atrativos, muitas vezes não os obriga a pensar e nem usar a imaginação, trás tudo pronto sem necessidade de esforço algum, pois o educando tem falta de vontade de pensar.Temos grandes desafios pela frente, em primeiro lugar faz se necessário a mudança do ambiente escolar, criar um local mais letrado, trazer informações que estimule a leitura, o pensar, a imaginação, pois quem não lê não consegue escrever não possui argumentos. O estimulo deve ser iniciado em casa, estendendo-se até a escola, não adianta professor, pai cobrar leitura da criança se eles não derem o exemplo, como vai dizer que bom ler se você não lê? Quando fazemos atividades orais os alunos têm facilidade de se expressar, porém na hora da escrita fica mais complicado, pois esta atividade os obriga a pensar mais, acredito que falta também um pouco de concentração.

“A leitura é uma prática necessária, mas não suficiente para o desenvolvimento da escrita: Aprende-se a escrever, escrevendo”.
Relato de minha aluna Sheila:
POR QUE E PARA QUE PERGUNTAR?
COMO CHEGAR À ESTRUTURA DO TEXTO?
QUANDO QUEREMOS APRENDER?
Esta unidade aborda um dos recursos essenciais na procura do conhecimento: a pergunta. A pergunta é uma importante forma de interação com o mundo. Durante a leitura, a pergunta ajuda o aluno a construir o significado do texto. Muitas vezes a formulação de perguntas com objetivos específicos, pode trazer motivação para a progressão da leitura. A partir daí começa a criação de hipóteses através do conhecimento prévio, das habilidades de predição. É importante dar aos alunos a oportunidade para a criação de seus próprios questionamentos. Com isso, estão caminhando para uma leitura autônoma. Entretanto, ficamos nos questionando em relação à ideia de que existem alunos que não conseguem estruturar perguntas com respostas contidas no texto. Formulam questões com respostas que não se encontram no texto, não conseguem enxergar questionamentos básicos, buscando questões que podem ser respondidas somente com fatos hipotéticos. Há alunos que apresentam dificuldades de formular questões sem a indução do professor.
É importante estabelecer a estrutura do texto que se lê para chegar à compreensão total. Pode-se trabalhar técnicas diversificadas que ajude o aluno a desenvolver a habilidade de chegar a estrutura do texto. Pode-se trabalhar com as ideias principais, fazendo a síntese dessas ideias, dando-lhes título, trabalhar com texto desordenado e pedir que coloquem-no na ordem certa, trabalhar com textos com trechos que não são do texto estudado para que sejam detectados e excluídos, estabelecendo a ordem e coerência do texto.
Quando se trata do ler para aprender, discutimos diante da questão de que a leitura deve ser uma atividade que deve ser realizada primeiramente pelo professor, antes mesmo de chegar em sala de aula, as atividades devem ser analisadas e previamente estudadas pelo professor quando está planejando. Na aula, devem ser realizadas várias leituras, anotações próprias, retirada de ideias importantes, ampliação de conhecimentos a partir da bagagem cultural já adquirida,construção de comparações, citação de exemplos do dia-a-dia, desenvolvimento de conclusões e da criticidade, favorecendo as ações para que o nosso aluno seja curioso e investigativo. Dessa maneira estamos contribuindo para que ele leia nas entrelinhas, compreenda o que está implícito no texto e até mesmo interprete situações vividas que não estejam exclusivamente em um texto, mas também na comunicação oral do cotidiano.
Infelizmente não é fácil trabalhar com a leitura em sala de aula, pois os alunos, em geral, não gostam de ler. Isso se deve a falta do hábito, do gosto pela leitura, de motivação e também por culpa dos pais que acreditam ainda na “cultura do caderno cheio”, se não aparecer no final do dia de aula um caderno abarrotado de exercícios, cópias de textos enormes, leituras e interpretações de textos com respostas prontas retiradas de um livro didático e que não se admite a opinião e o ponto de vista do aluno. Se não for assim, nossa aula não é considerada uma aula de “qualidade”, que particularmente, dessa forma considero somente “quantidade” de conteúdos, sem propósitos estabelecidos.
Realmente é uma tarefa árdua para os professores, mas está na hora de começarmos a mudar. Mãos à obra!

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