sábado, 14 de novembro de 2009

Unidade 7 e 8 e AVANÇANDO NA PRÁTICA

  Na Unidade 7, o assunto é voltado para a arte e a literatura, ou seja, a importância das características da linguagem da arte, para chegarmos a um elemento constante na obra literária: a linguagem figurada.
  Neste estudo fica bem legal lembrar das coisas que muitas vezes trabalhamos em aula e não associamos diretamente a arte. Creio que cada um de nós fizemos estas práticas e agora vem à tona na memória, ao lermos esta Unidade em questão, muitas coisas: o trabalho com a música, o filme, as imagens, a Feira do livro , a ida ao teatro, museu, Bienal...Mostrar para os alunos que ela é real no ato de acontecimento, representação, mas que não é real em sua realidade de existência.
  Enfatizar também os objetivos deste trabalho: a fantasia, a interpretação da realidade, a conotação e a paixão pela forma. O jogo entre o real e o imaginário. Poder "viajar" em um mundo de ficção. É justamente a mistura do conhecimento prévio, internalizado do meu aluno, que eu trarei para o mundo real, fazendo com que ele faça associações e crie significados.
  Já na Unidade 8 - Linguagem Figurada, é trabalhado a linguagem artística dentro da literatura, ou seja, o jogo das palavras, o som, a estrutura..., a classificação das figuras de linguagem são inúmeras, mas não é inicialmente o objetivo principal e sim como funciona seus mecanismos na língua.
  É muito interessante  trabalhar os apelidos, as expressões utilizadas na fala e suas reais  significações, as cargas emotivas que querem passar em certa situação comunicativa. Outro fator bem relevante nesta unidade é o trabalho com a poesia: o jogo das palavras, as rimas, as sonoridades, que objetivam a musicalidade e ritmo do poema, estes aspectos devem ser bem explorados no trabalho com a poesia em sala de aula, até mesmo a entonação e é nesta hora que o trabalho com a leitura oral é muito proveitosa, pois o aluno consegue perceber o objetivo do poeta na escola vocabular.
  Estas unidades apresentam e fecham assuntos muito pertinentes em relação  ao trabalho da linguagem oral e escrita, pois envolve pesquisa, observações, explorações e apresentações.

RELATO DE PRÁTICA DE MINHA CURSISTA SHEILA ( pg. 128 ): PENDENTE

UNIDADE 6 e AVANÇANDO NA PRÁTICA

  Esta Unidade abrange: a frase e sua organização, ou seja, estudar as várias possibilidades linguísticas de organização do texto.
  Sabemos já que texto não é um amontoado de palavras: ao contrário, ele tem uma organização, escolhida pelo locutor por motivos que podem variar muito e que vão funcionar com diferentes graus de adequação, mas que acabam por definir a composição desse texto e sua estrutura linguística. ( pg 45 do TP ) Essa estrutura, ao lado do contexto, é que possibilitará que o interlocutor produza significados para o texto, mas para isso ele deverá melhor entender o que é uma frase, um período e uma oração, para evitar ambiguidades e construções obscuras, uma vez que nossa linguagem deve ser objetiva e clara.
  Nosso aluno deve ter possibilidades de trabalhar com textos escritos e orais, para poder observar que não é a extensão da frase que lhe dará objetividade, mas sim, a boa distribuição de seus elementos, sempre buscando um bom entendimento do meu ouvinte. Também o trabalho com materiais diversos, textos coletivos, leituras compartilhadas e apresentações orais, facilitarão este entendimento e desenvolvimento de meu aluno.
  Em fim, o que é apresentado nesta unidade é a importância do trabalho com a linguagem e suas diversas possibilidades de uso, para que se possa compreender sua organização.

RELATO DE PRÁTICA DE MINHA CURSISTA FABI ( pg.56 ):
A frase e sua organização

O estudo desta Unidade nos mostra as várias possibilidades linguísticas de organização dos textos, o que nos leva a refletir sobre a frase, suas características e constituição.
Sabemos que o texto não é um amontoado de palavras; ao contrário, ele tem uma organização, escolhida pelo locutor por motivos que podem variar muito e que vão funcionar com diferentes graus de adequação, mas que acabam por definir a composição desse texto e sua estrutura linguística.
Nesta unidade busca conceituar e identificar a frase; estabelecer a diferença entre frase, período e oração e identificar a pertinência das diferentes organizações e da frase e do período em cada texto.
Para a realização do Avançando na Prática utilizei as atividades propostas no AAA2 – Aula 5– “Observando uma imagem”. (versão do professor) com a turma da 5ª série.
Iniciei a atividade com a distribuição da imagem abaixo e solicitei que observassem, pois perguntas seriam feitas para descobrir quem é capaz de olhar com muita atenção os elementos que a compõem.
Após alguns minutos de observação passamos para a exploração da imagem mediante questionamento oral aos alunos.


Os alunos conseguiram observar pequenos detalhes na imagem como: o homem a esquerda como um suposto integrante da banda, o cartaz na frente do homem, o menino do órgão, a bateria, os detalhes das roupas dos meninos, as cores presentes na imagem, a dupla deve estar iniciando a carreira artística, pois se trata de dois meninos, os meninos poderiam estar realizando um ensaio, já que a platéia não é mostrada, os microfones (um no pedestal e o outro na mão do menino), carros estacionados no meio – fio, ar livre, ...
Esta primeira exploração da atividade aconteceu de forma bem dinâmica, os alunos gostaram muito da imagem e alguns ate relacionaram com algumas duplas sertanejas que conheciam.
Após a exploração oral entreguei algumas questões para serem respondidas por escrito como sugere a aula 5 – AAA2.
Vamos trabalhar com essa imagem.
Observe novamente a imagem, não esquecendo de olhar os detalhes.
a) O que você vê na imagem?
b) Onde se passa a cena?
c) Quais as cores que mais chamam sua atenção? Por quê?
d) Quais elementos não aparecem por inteiro? Como você imagina que eles sejam?
e) Você percebe detalhes nos elementos. Qual deles, ou quais, lhe chama a atenção?
f) Se alguém que não pudesse ver a imagem lhe pedisse para contar o que ela mostra, como você diria isso de forma resumida?
g) Qual sua opinião sobre a imagem?
h) Agora você vai escrever um texto descrevendo a imagem. Como realizei com a 5ª série procurei não enfatizar a questão da escrita com algumas frases nominais, mas procurei orientá-los sobre a organização do texto em relação aos parágrafos, repetições de palavras, a fuga de assunto e a questão de escrever pensando sempre que alguém irá ler, por isso as ideias devem estar expostas de maneira clara.
Concluída a etapa da produção textual, solicitei que alguns alunos realizassem a leitura de seu texto, pois iríamos fazer alguns comentários a respeito dos mesmos. Prontamente alguns alunos se dispuseram a realizar tal solicitação.
A opinião em relação aos textos lidos deveria estar de acordo com as questões expostas no quadro. O aluno avaliador deveria basear-se nos seguintes aspectos:
a. A descrição está de acordo com a imagem?
b. A linguagem utilizada pelo colega é clara?
c. Há algumas imagens que poderiam ser destacadas no decorrer no texto produzido?
d. Qual a sua opinião sobre o texto do colega?

A realização desta atividade superou as expectativas, pois os alunos se empenharam muito na realização da atividade, mas nem todos quiseram opinar.

TP2 - Unidade 5 - GRAMÁTICA: seus vários sentidos

    Neste TP o estudo inicia-se com o seguinte tema: no estudo de linguagem e das línguas, poucas palavras têm tantos sentidos e sofrem tantos preconceitos como a palavra "gramática", mas que neste estudo em questão, será  privilegiado três formas de conceber e discutir em que essas concepções podem nos ajudar em nosso trabalho com nossos alunos em sala de aula.
  As três concepções de gramática apresentadas são: GRAMÁTICA INTERNA - ou seja, é aquela que o aluno já domina. É neste momento que o professor deve procurar ampliá-la, ou seja, criar as oportunidades para que o aluno vá ampliando cada vez mais seus usos da língua, nas mais variadas situações sociocomunicativas. Diz Bakhtin:
" A língua materna, seu vocabulário e sua estrutura gramatical, não conhecemos por meio de dicionários ou manuais de gramática, mas graças aos enunciados concretos que ouvimos e reproduzimos na comunicação efetiva com as pessoas que nos rodeiam."

GRAMÁTICA DESCRITIVA - ou seja, ela difere da normativa, pois parte do que está em volta e não de um fragmento literário. Ela possui um efeito de sentido. É justamente a função do LETRAMENTO. O trabalho com textos diversos, inclusive os imagéticos, é de suma importância. Será enfocado a reflexão sobre o uso da linguagem, ela apoia-se na gramática interna do aluno, pois eles irão observar e verificar o que dominam, passando a dividir estas informações.

  E por último temos a GRAMÁTICA NORMATIVA e seu ensino prescrito, ou seja, seu foco é exclusivamente o estudo das regras de uso da norma culta da língua. Ela deve ser utilizada pelo professor, no momento que o objetivo é mostrar para o aluno as situações do uso da língua em situações de formalidade, que exigem a língua padrão.

  Acho bem pertinente apontar uma reportagem da Revista Língua Portuguesa, nrº 20, pg 18-21, que fala sobre o trabalho com a Gramática:

O ENSINO DA GRAMÁTICA É ESSENCIAL PARA QUE
A ESCOLA CONDICIONE OS ALUNOS A FORMAR
RACIOCÍNIOS COMPLEXOS. “por Leo Ricino*

  Em ótimo artigo publicado no número 18 da Conhecimento Prático Língua Portuguesa, Cláudio Cavalcanti afirma que “Ensinar língua materna não deve ser sinônimo perfeito de ensinar gramática, há um campo muito vasto a ser explorado em nosso vernáculo”. E disse-o muito bem, principalmente ao afirmar que “não precisa ser sinônimo perfeito”, o que pressupõe que pode ser sinônimo imperfeito, ou seja, necessário.
 Na mesma edição, Maria Aparecida Damasceno faz observação semelhante quando diz que “... observo que a escola atual continua, ainda, preocupada apenas com o domínio da gramática. A escola continua trabalhando a língua em código fechado, ou seja, no entendimento da nomenclatura gramatical como eixo principal”. E também o disse muito bem. Segundo ela “O professor deve estimular uma necessidade natural de investigação linguística, lecionando com entusiasmo e discernimento para aceitar e respeitar as diversidades linguísticas de seus alunos, que se tornarão sujeitos mais conscientes de sua língua materna e de maior competência para absorver o que é expresso em nosso vernáculo”, nem tem ensinado gramática como o verdadeiro suporte inexorável de qualquer texto. E nem falamos do aluno, a outra parte indispensável do processo ensino/aprendizagem, cuja atuação também está a exigir uma drástica revisão.
É preciso ficar claro, de saída, que a gramática não é uma lei que deve ser obedecida e acatada inquestionavelmente, nem ser uma barreira à mutabilidade da língua. Gramática é apenas um guia do que se chama sincronicamente “língua culta” ou “norma padrão”. A gramática não barra, e sim se adapta às mudanças da língua. E a própria Sociolinguística citada no referido primeiro artigo, poderia, também, até ser considerada uma “gramática da língua não culta”.
Constatado que há uma língua considerada “culta, padrão” e outra “não culta”, é aí que entra um dos papéis da escola. Ela não pode desconsiderar a língua natural com a qual seu frequentador se apresenta para o processo milagroso da alfabetização. Ela deve partir dessa língua «não culta” para o aprimoramento linguístico e propiciar à evolução do aluno aquilo que é a fundamental função da escola: dar condições de raciocínios mais complexos.
Ninguém raciocina com profundidade e complexidade a partir de vazio cultural. É preciso conteúdo para esse tipo de raciocínio. E cabe à escola disponibilizar, por meio das várias disciplinas escolares da cultura básica humana, esses conteúdos, que vão preenchendo o oco cultural que há, necessariamente, numa criança que dará os primeiros passos para a sua aculturação .
Tenho lido e ouvido que a escola não ensina coisas da realidade da vida, que os conteúdos ministrados estão distantes dessa realidade do estudante. Ora, em havendo todo um repensar do processo, ao ministrar os conteúdos disciplinares, estabelecidos como tais pela própria sociedade, a escola estaria cumprindo seu papel essencial, que é ampliar a capacidade de raciocínio.
  Ao ensinar a norma culta e os demais conteúdos disciplinares, a escola propriciaria a possibilidade de evolução cultural, social e econômica dos seus frequentadores.

  Esta reportagem na minha opinião tem seus prós e contras, pois o autor parece apontar que existe um desprestígio as pessoas que não falam a norma culta. Eu gostaria de quem estivesse lendo, também pudesse dar sua opinião.

06/11/2009 - OFICINA Nrº 2


 



  Tivemos neste dia uma grande surpresa, nossa sala de dança recebeu uma fachada novinha! Olhe as meninas contente olhando a frente de nosso ponto de encontro do GESTAR

 No seguimento de nosso encontro e como já anteriormente mencionado na postagem anterior, apontamos nossos relatos sobre as Unidades 3 e 4  e então damos sequência a nossa oficina. Acho que nós já estávamos um pouco melancólicas, pois parece que nossos encontros estão com "gosto" de quero mais. A correria está muito grande, pois este mês para nós educadores é um mês muito difícil: fechamento de avaliações, notas, reuniões, ou seja, atropelo total, mas estamos nos esmerando para conseguir fazer o melhor possível na continuidade do GESTAR.
  Falamos novamente do Avançando na Prática e vimos as fotos da turma trabalhando. Então partimos para a parte III da Oficina, em que tínhamos que montar um PLANO DE LEITURA. Ele ficou assim:
  1º Momento: Apontar os Provérbios; o professor coloca no quadro alguns provérbios e começa à explorá-los, logo depois pede contribuição para os alunos. Eles mesmos citarão os provérbios que lembrarem;
  2º Momento: Falamos sobre o tema Fábula. Se faz a investigação do que os alunos lembram sobre este assunto. Partimos então para a apresentação de algumas Fábulas, para só depois entregar o texto a LÍNGUA.
  Neste momento devemos pedir para que eles leiam com atenção e depois solicitar algumas sugestões de morais. Observando que pode haver mais de uma MORAL contida no texto. Solicitar que eles escrevam a moral que entenderam.
  Pode-se dar sequência, solicitando uma criação de Fábula ou até mesmo, de uma HQ, que eles adoram!
  Acreditamos que trabalhar com este TP foi muito bom, pois é bem prático, as atividades são simples e rápidas. Gostamos de todos os textos e acabamos utilizando vários em sala de aula. Nossa ansiedade para o último TP é bem grande, pois achamos os dos assuntos são de grande relevância, não conseguimos separá-los.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

UNIDADE Nrº 3 e 4

UNIDADE 3 = O texto como centro das experiências no ensino da língua

" O ensino - aprendizagem apoiado no texto é, hoje, quase um consenso nos estudos de linguagem." ( pg97)
Mas o que é então texto?
No início o texto de Língua Portuguesa era uma produção escrita, que visava apenas uma relação entre o autor e o leitor, somente isso e era sempre verbal e na maioria das vezes, literários. Hoje, já entendem-se o termo LINGUAGEM como INTERAÇÃO, ou seja, existe uma relação entre os sujeitos, o trabalho de escrita e leitura são coletivos.
" Um ato de linguagem nunca se repete, e cada interação tem uma unidade de informação, ou de significação, para os interlocutores." ( pg100)
Assim, texto é toda e qualquer unidade de informação, no contexto da enunciação, podendo ser oral ou escrito, literário ou não. Neste momento, observamos o uso não só da linguagem verbal, mas também do uso de outras linguagens: pintura, música, fotos...
Desta forma a leitura também sofre alterações: passa a ser o processo de atribuição de sentido a qualquer texto, em qualquer linguagem. O texto independe da extensão, basta ter sentido. O trabalho com o texto, deverá ser a base de todas as atividades de linguagem. A capacidade do uso da linguagem deve ser desenvolvida nas suas quatro faces: ouvir, falar, ler e escrever, mas tudo deve ser trabalhado com cuidado. ( pg107)
É importante então o trabalho com a diversificação para obtenção de infinitas construções/constituições de sentidos. Deve haver para isso, uma contextualização. O professor deve deixar bem claro o pacto de leitura: o que espera da leitura, quais serão os recursos utilizados, qual gênero, suporte, mapeamento e os objetivos pretendidos. Deve haver uma atitude aberta.

" LER É COMPREENDER E COMPREENDER É SOBRETUDO UM PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE SIGNIFICADOS SOBRE O TEXTO QUE PRETENDEMOS COMPREENDER. É UM PROCESSO QUE ENVOLVE ATIVAMENTE O LEITOR, À MEDIDA QUE A COMPREENSÃO QUE REALIZA NÃO DERIVA DA RECITAÇÃO DO CONTEÚDO EM QUESTÃO. POR ISSO, É IMPRESCINDÍVEL O LEITOR ENCONTRAR SENTIDO NO FATO DE EFETUAR O ESFORÇO COGNITIVO QUE PRESSUPÕE A LEITURA, E PARA ISSO TEM DE CONHECER O QUE VAI LER E PARA QUE FARÁ ISSO; TAMBÉM DEVE DISPOR DE RECURSOS - CONHECIMENTO PRÉVIO RELEVANTE, CONFIANÇA NAS PRÓPRIAS POSSIBILIDADES COMO LEITOR E TAMBÉM É PRECISO MOTIVAÇÃO E ISSO É POR CONTA DE UM BOM TRABALHO DO PROFESSOR. ( ISABEL SOLÉ )


UNIDADE 4 = A intertextualidade

Aqui percebemos a importância de outras vozes em um texto produzido. Poder fazer com que nosso aluno se aproprie de um texto que não é seu, entenda e possa modificá-lo, alterando seu ponto de vista, isso é intertextualidade. O aluno poder fazer relações com seus conhecimentos de mundo, poder adaptar, modificar, traduzir...
Nesta Unidade houve o trabalho com os alunos do Avançando na Prática da pg144. Primeiramente já estava sendo trabalhado com os alunos o processo de reescritura de alguns contos de fadas, mas senti a necessidade das fábulas, pois alguns fizeram associações. Então perguntei aos alunos o que eles lembravam das fábulas, depois começaram a relatar várias, mas paramos em uma específica, propositalmente, A Raposa e as Uvas. Então li a nova versão da pg 138 e eles acharam bem legal. Também foi realizado a leitura do texto da pg141 e novamente eles comentaram outras versões. Só depois foi solicitado a produção. Os alunos formaram grupos e fizeram estratégias de escolhas, decidiram qual fábula iriam reescrever. Partiram para um pequeno projeto escrito, após realizaram a primeira escrita. Aos poucos fui lendo e apontando algumas coisas, eles também trocaram entre si os textos prontos e deram muitas opiniões. Fizeram leitura coletiva entre os grupos e decidiram pela uma única escolha. Realizaram a reescritura de uma fábula criada por eles e apresentaram para o grande grupo. Foi muito legal.














































OFICINA Nr 1 - Unidades 1 e 2

  Neste dia conversamos sobre as reportagens da Revista Língua Portuguesa nrº19 - Curiosidades Linguísticas e o Abismo entre a língua dos falantes e a dos compêndios gramaticais - pgs 28 a 31 e 52 a 60. Também analisamos a leitura de um texto fornecido pela minha cursista Fabi - " A decadentização da língua " de Ubaldo Ribeiro, que nos possibilitou perceber que a língua está em constante movimento, mas devemos utilizar o bom senso.

" Essas considerações nos levam a rever nossa atuação como professores de Língua Portuguesa. Em sala de aula, é fundamental criar oportunidades para que os alunos trabalhem textos que exemplifiquem diversas situações de comunicação, em que dialetos e registros diferentes se apresentem para a sua reflexão e discussão e como ponto de partida para a produção de textos igualmente diversificados. Esse é, afinal, o objetivo maior do ensino da língua: desenvolver no sujeito a competência para a leitura e produção de texto." ( pg 41 )
  Na sequência, falamos mais alguns apontamentos das unidades e partimos para o relato do Avançando na Prática da pg 65, que foi trabalhado pela cursista Sheila. Após diálogo, nós analisamos este TP em questão e adoramos os trabalhos com todos os textos, são assuntos bem atuais e da realidade de nossos alunos.
  Ao partimos para a Crônica " A outra senhora", chegamos as seguintes conclusões:
  - O texto do ponto de vista como professora de Língua Portuguesa, existe a falta de pontuação e repetições de frases, mas ao pararmos para observar, vimos uma linguagem difícil, com palavras complexas e de um vocabulário não muito usual. Devemos observar também que quem escreve é uma garotinha e o texto é informal, uma carta de filha para mãe;
  - Também teve um progresso, pois inicialmente os produtos além de complexos, eram de uma realidade diferente da mãe, pertenciam a uma outra geração. Ao longo, a menina vai valorizando a idade da mãe e muda seus interesses de compra;
  - Além do dialeto/registro da criança, a carta mostra outros traços como os geográficos  e profissionais ( Mammy / Hi-Fi ), procurando impressionar, mostrar que ela tem conhecimento;
  - Essa linguagem tem objetivo de causar surpresa e ao mesmo tempo, dificuldade de entendimento, misturados com a inoscência e meiguice da garotinha;
  - O material é a revista e é através deste suporte, que a menina usa a imaginação com o que lê e vê, para criar a carta;
  - A menina faz somente cópia, pois ela não conhece os objetos, ela vê tudo na revista;
  - O vocabulário contido na carta nós não dominamos e até tivemos dificuldades na leitura. Esse vocabulário é para causar boa impressão e para fazer uma crítica ao consumismo e também chamar para o fato de ser a mãe que lava, zela, passa...;
  - O amor de filha para mãe também fica evidente: ( Mammy, beijo beijado, carinhosão, filhinha...);
  - A linguagem da menina não é única e nem uniforme;
  - O autor transforma uma carta cheio de termos técnicos, com a mistura de uma linguagem emotiva, poética e bem humorada;
  - Assim, gostamos muito do texto. É um ótimo texto para ser trabalhado em sala de aula. Podemos fazer os alunos apontarem palavras que conhecem ou não. Verificarem as gírias, o vocabulário e também cremos que é possível trabalhar em quase todas as séries, partindo para a exploração dos parágrafos e pontuações.

RELATO DE PRÁTICA SHEILA:

Para trabalhar este avançando na prática com a 5ª série, levei para aula o texto: Por que meus pais estão se divorciando? Kabb, John e Viscott, M. D. David, da p. 62 e 63 da unidade 2 do TP1. Mesmo sendo um texto escrito na norma culta, mas sendo parte de um contexto bastante conhecido e vivenciado pela maioria da turma. Discutimos sobre o assunto do texto, lendo e explorando cada parágrafo e analisando a idéia central de cada um. Essa discussão, o conhecimento prévio e as experiências vividas pela turma, favoreceram o processo de compreensão textual. Nesse contexto, percebi que é por aí que podemos atrair a atenção e interesse dos alunos, trazendo assuntos conhecidos, que fazem parte da rotina deles que possibilitam uma maior integração com o conteúdo trabalhado, por se tratar de algo que já é conhecido.
Comparamos o texto trabalhado anteriormente com o texto de Ziraldo, do Menino Maluquinho que tratam do mesmo assunto: o divórcio, mas apresentam diferenças: um conta uma história e o outro expõe idéias. Um é invenção; e o outro está ligado à realidade, inclusive à realidade de vários de meus alunos. E apesar de parecer um assunto que possa mexer com os sentimentos e talvez trazer mágoas, ressentimentos e dor, foi um assunto acolhido com bastante motivação e interesse, talvez por tornar-se um espaço aberto para colocar para fora todas as angústias, idéias do que pensam e a forma como se sentem em relação a esta situação vivida por eles, sem nenhum medo ou vergonha, pois observaram que é um assunto vivido por muitos e não exclusivo de um só. Percebi que tratar de assuntos que mexem com o próprio “eu” de cada um, principalmente dos jovens e adolescentes, é extremamente importante, é um momento de conversa, de interação de experiências, de desabafo, de conhecimento e desprendimento de assuntos que muitas vezes ficam guardados, causando dor e vergonha. E para nós, professores, servem como um gancho para trabalharmos conteúdos de forma mais prazerosa, incluindo textos de diversos tipos e assuntos em nossas aulas. E por que não textos e assuntos que caiam no gosto de nossos alunos?

Socializando o Conhecimento – Unidade 01 ( FABI )


Variantes linguísticas: dialetos e registros

Toda língua possui variações linguísticas. Elas podem ser entendidas por meio de sua história no tempo (variação histórica) e no espaço (variação regional). As variações lingüísticas podem ser compreendidas a partir de três diferentes fenômenos.
1) Em sociedades complexas convivem variedades linguísticas diferentes, usadas por diferentes grupos sociais, com diferentes acessos à educação formal; note que as diferenças tendem a ser maiores na língua falada que na língua escrita;
2) Pessoas de mesmo grupo social expressam-se com falas diferentes de acordo com as diferentes situações de uso, sejam situações formais, informais ou de outro tipo;
3) Há falares específicos para grupos específicos, como profissionais de uma mesma área (médicos, policiais, profissionais de informática, metalúrgicos, alfaiates, por exemplo), jovens, grupos marginalizados e outros. São as gírias e jargões.
O estudo desta Unidade busca refletir a questão da linguagem não como uma simples forma de comunicação ( em que se valorizava o locutor/emissor) , mas como interação, na qual os sujeitos envolvidos realizam uma ação de mão dupla, um influindo sobre o outro, um função do lugar que ocupam nesta interação.
Reconhecer locutor e interlocutor como igualmente importantes no processo de interação, percebê-los como co-autores, exige um aprofundamento na analise das condições em que eles interagem.
A Unidade tem como objetivo relacionar língua e cultura; identificar os principais dialetos do Português; identificar os principais registros do Português.
Os valores tanto pessoais quanto dos grupos são constituídos historicamente: expressam a cultura dessas pessoas ou grupos e dependem basicamente das experiências de vida do individuo e de seu grupo, ocorrias em determinada época e lugar.
A língua é ao mesmo tempo, a melhor expressão da cultura e um forte elemento de sua transformação. O caráter dinâmico da língua revela a constante evolução da sociedade e de sua cultura, refletida sempre na língua. Esta, por sua vez, em constante construção pelos seus usuários, acaba por transformar as relações humanas e, portanto, a cultura e a sociedade.
A língua apresenta certas regularidades que todo falante deve seguir, mas, como é um sistema aberto, a língua oferece inúmeras possibilidades da variação de uso, que criam, junto com o contexto, interações sempre novas irrepetíveis.
A seção 2 apresenta a diferença entre dialetos e idioletos.
A língua não apresenta uniforme e única: ela apresenta variações, conforme os grupos que a usarem. Cada uma das variantes da língua usada por um grupo apresenta regularidades, recursos normais para aquele grupo, e chama-se dialetos.
Os principais dialetos são: o etário (da criança, do jovem e do adulto); o geográfico, ou regional; o de gênero; o social (popular e culto0; o profissional).
O idioleto é o conjunto de marcas pessoais da língua de cada individuo, como resultante do cruzamento dos vários dialetos (etário, regional, profissional, de gênero, social) que constituem a sua fala.
Diante das considerações entre língua e cultura devemos rever nossa atuação como professores de Língua Portuguesa. Em sala de aula, é fundamental criar oportunidades para que os alunos trabalhem textos que exemplifiquem diversas situações de comunicação, em que dialetos e registros diferentes se apresentem para a sua reflexão e discussão e afinal, o objetivo maior do ensino da língua: desenvolver no sujeito a competência para a leitura e produção de textos.
O texto A decadentização da língua, de João Ubaldo Ribeiro nos possibilita perceber que a língua está em constante movimento, mas devemos utilizar o bom senso.

A decadentização da língua
João Ubaldo Ribeiro
Claro, todo mundo já ouviu dizer que línguas são como seres vivos, que mudam com o tempo e até morrem. É verdade e, se não fosse assim, ainda estaríamos falando latim. Nada, portanto, contra as mudanças na língua, contanto que sejam ditadas por uma razão mais ou menos respeitável, até mesmo pela famosa lei do menor esforço, quando não redunde em empobrecimento da capacidade de expressão. Mas acho que está havendo um certo exagero e, daqui a pouco, estaremos falando um dialeto primitivo de umas 300 palavras par pessoas cultas e umas 25 para a maioria.
Começa-se, é claro, com as chamadas “palavras-ônibus”. Servem para tudo e, em português, as mais comuns atualmente são “maravilha” e seus derivados, “super”, “parada” e “valeu”, que, com alguns acréscimos, podem constituir toda uma conversação.
- Eu super me dei bem naquela parada – diz o primeiro.
- Ah, aquilo sempre foi uma maravilha – responde o segundo.
- Ah, supervaleu! – despede-se o primeiro.
O “cujo”, coitado, restinho do genitivo que ainda sobrava por aqui, passou da categoria de pedante, entrou para a de pernóstico e, em breve, será arcaísmo. Ninguém mais diz “cujo”, só diz “que”. “A moça que eu vi o pai ontem” é o certo hoje em dia e quem disser “a moça cujo pai eu vi” corre o risco de não ser entendido. Sei que vai haver entre vocês quem não acredite e ou até compreende, embora esteja contatando a verdade. Outro dia eu disse um “cujo” numa entrevista e a entrevistadora me deu a impressão de que só entendeu depois de pensar em alguns laboriosos segundos.
Há também um movimento que cada vez aumenta mais, para abolir a preposição “a” no uso corrente. Ou seja, prestando atenção, você vai ouvir na televisão alguém dizendo “daqui dois dias” ou, bem pior, “igual eu” . Em compensação “neste ano” “nesta semana” por exemplo, que nunca foram correntes para dizer, “este ano” ou “esta semana” , agora são a única maneira certa de falar. “Neste ano, tu vai fazer igual eu, procurar uma parada diferente no carnaval, não é?
Os verbos vêm sofrendo bastante também. Por exemplo, poucos entre nós, tem visto alguma coisa recentemente. A maior parte de nós hoje visualiza, principalmente quando enxerga. Ver a gente volta e meia ainda vê, mas ninguém enxerga mais, só visualiza. Até a sinal a gente não prestas mais atenção, a gente nota a sinalização. Ninguém chama a atenção para nada, sinaliza e nós vemos a sinalização, não o sinal. O verbo “pegar”, não sei bem por quê ( tem acento aí nessa quê, garanto a vocês – de vez em quando me comem um circunflexo), virou abundante e o certo, que era errado, é cada vez mais “pego” e outro dia um motorista de táxi se embasbacou porque eu sou da Academia e disse “pegado” a ele. E novamente garanto que não estou mentindo: já ouvi “eu tinha falo”, em vez de “falado”, o que talvez não cole porque fica chato tanto para homem quanto para mulher dizer isso, considerando que “falo” é substantivo e tem muito pouco a ver com a fala.
Os timbres também são amalucados. A droga “ecstasy” é para ser pronunciada com “e” aberto, pelo menos enquanto não for naturalizada, mas aqui virou uma maneira exótica de pronunciar “êxtase”. Isso, aliás, é comum, na incorporação de palavras dce nossa língua-mãe, ou seja, o inglês. Quando o “volley” (“vóli”, às vezes quase “válhi”) se naturalizou, virou “vôlei”. Até aí, tudo bem, naturalização é naturalização, mas por que “doping”, além de receber frequentemente dois pp, é “dópingue”? (Aliás, isto me traz à cabeça algo que tem pouco a ver com o que escrevo agora: por que a gente se irrita tanto quando inglês ou americano escreve Brasil com z? Em inglês é com z, assim como América aqui é com acento, França é com cedilha e “a” no fim e Alemanha é bastante diferente de Deutschland. Deve ser nosso combativo nacionalismo de araque). Outra mudança de timbre que me chateia é a de “obsoleto”. Não é conhecimento secrêto que o corrêto – e não é preciso ser discrêto quanto a isso – é “obsoleto”, mas escuto gritos de “olha o baiano” sempre que pronuncio certo. Tenho vontade de acertar um “dirêto” no cara.
“Loira”, que era variante, agora está ficando padrão. Ninguém, que eu tenha escutado, diz que um sujeito é “loiro” e eu acho que até pega mal em certas mesas de boteco, mas só se escreve “loira” agora. Outras palavras não estão tendo formas destronadas, estão sendo expulsas da língua, como os bons e velhos verbos “pôr” e “botar”. Acho que até em Itaparica galinha já está colocando ovo, em vez de botar. Colocando, imaginou eu, é mais elegante. Da mesma forma, “penalizar”, um verbo antes tão expressivo, botou para fora “punir” (não sem uma certa relação com o que acontece na sociedade) e “prejudicar”. Ninguém prejudica mais, só penaliza, que tem a vantagem adicional de terminar em “izar”.
A linguagem informática também traz suas pesadas contribuições. Por que diabo “salvar”, que não quer dizer nem “guardar”, nem “gravar” nem nenhum sinônimo destes, é usado, quando temos palavras perfeitamente adequadas? Por que “malévolo”, “mal-intencionado” ou “maldoso” é “malicioso”? Por que “corporate”, até fora da linguagem informática, é “corporativo”? Por que um determinado sistema não “suporta” outro, como se detestassem?
Finalmente, adeus para “existir” e “haver”. Agora só se diz “você tem”. “Você tem uma área chamada Amazônia. Muito bem, que é que você tem lá? Você tem uma floresta que precisa ser preservada. E aí você tem que caminhos?”. Eu não sei, só sei que nós tínhamos uma língua própria antigamente.
(Publicado originalmente em O Estado de São Paulo, 22.04.2007, página D3)


Avançando na Prática – Unidade 01 ( FABI )
Variantes linguísticas: dialetos e registros
Em sala de aula, é fundamental criar oportunidades para que os alunos trabalhem textos que exemplifiquem diversas situações de comunicação, em que dialetos e registros diferentes se apresentem para a sua reflexão e discussão e afinal, o objetivo maior do ensino da língua: desenvolver no sujeito a competência para a leitura e produção de textos.
Partindo desse princípio desenvolvi atividades que oportunizaram a percepção de diferentes linguagens mediante aplicação das seguintes atividades com a oitava série.
Em um primeiro momento apresentei aos alunos a foto de uma senhor(a) (depende do ponto de vista do aluno) chorando. Pedi que falassem o que estavam vendo, como era a pessoa, o que poderia ter acontecido para ela reagir daquele jeito.


Após a discussão, pedi que fizessem um parágrafo descritivo, em rascunho descrevendo características físicas e psicológicas da imagem; depois, solicitei aos alunos que produzissem um parágrafo narrativo, contando a história do senhor (a), o que teria acontecido para ele (a) ficar daquele jeito.
Após comentários, pedi que juntassem os dois parágrafos e compusessem um texto com a condição que eles utilizassem seus próprios vocabularios, em dupla, com mais parágrafos, sobre tudo o que foi discutido e analisado.
Por fim, comentamos que o texto descritivo enumera as características de uma pessoa e o narrativo apresenta uma sequência de ações. O texto formado por eles foi uma mescla de ambos os tipos.
Obs.: Quando distribui as imagens muitos alunos riram e recusam a realização da atividade, mas no decorrer da aula perceberam que poderiam sugar muitas informações a partir daquela imagem e a atividade foi um sucesso. Acabaram criando uma certa afetividade com a imagem, pois muitos não entregaram a imagem dizendo que gostariam de colar no caderno ou colocar na capa do trabalho. Durante a realização da atividade e leitura das produções, os alunos se divertiram muito. Valeu 8ª série !
Os alunos produziram maravilhas!!!
Como a atividade citada foi um sucesso, aproveitei o gancho e realizei o Avançando na Prática do TP1 – Seção 1 - página 17 .
Trabalhei o texto Retrato de Velho, de Carlos Drummond de Andrade.
Primeiramente, distribui o texto e solicitei que realizassem a leitura silenciosa. Após realizamos a leitura oral e partimos para a discussão do texto e partimos para a realização da atividade 1 proposta no TP1 – página 16.
Depois do estudo do texto, os alunos dividiram-se em grupos e solicitei que ensaiassem uma leitura dramatizada. Eles deveriam fazer a distribuição dos papéis, incluindo o narrador, e que enfatizassem o tipo de voz utilizada por cada personagem e que deveriam escolher uma maneira criativa de apresentação para os demais colegas.
Propus que ensaiassem por um determinado tempo. Durante o ensaio percebi que os alunos opinavam sobre o tom de voz, o ritmo mais adequado e a forma de apresentação. Procurei orientá-los em relação a fuga do tema proposto pelo texto original, já que alguns grupos solicitaram a realização de uma nova versão para o texto, com a condição de manterem os personagens e o enredo.
A apresentação foi marcada para o dia 13 de novembro de 2009 e a surpresa foi muito grande. Não pensei que os alunos iriam se dedicar tanto para a realização desta atividade. Enquanto um determinado grupo apresentava-se, os demais alunos ficavam como avaliadores e no final das apresentações, um relator de cada grupo apresentava a avaliação apontando os aspectos positivos e negativos, bem como sugestões de uma leitura mais adequada de acordo com o ponto de vista do grupo avaliador.
Foi um sucesso!!!

Preparação e ensaios