sábado, 14 de novembro de 2009

TP2 - Unidade 5 - GRAMÁTICA: seus vários sentidos

    Neste TP o estudo inicia-se com o seguinte tema: no estudo de linguagem e das línguas, poucas palavras têm tantos sentidos e sofrem tantos preconceitos como a palavra "gramática", mas que neste estudo em questão, será  privilegiado três formas de conceber e discutir em que essas concepções podem nos ajudar em nosso trabalho com nossos alunos em sala de aula.
  As três concepções de gramática apresentadas são: GRAMÁTICA INTERNA - ou seja, é aquela que o aluno já domina. É neste momento que o professor deve procurar ampliá-la, ou seja, criar as oportunidades para que o aluno vá ampliando cada vez mais seus usos da língua, nas mais variadas situações sociocomunicativas. Diz Bakhtin:
" A língua materna, seu vocabulário e sua estrutura gramatical, não conhecemos por meio de dicionários ou manuais de gramática, mas graças aos enunciados concretos que ouvimos e reproduzimos na comunicação efetiva com as pessoas que nos rodeiam."

GRAMÁTICA DESCRITIVA - ou seja, ela difere da normativa, pois parte do que está em volta e não de um fragmento literário. Ela possui um efeito de sentido. É justamente a função do LETRAMENTO. O trabalho com textos diversos, inclusive os imagéticos, é de suma importância. Será enfocado a reflexão sobre o uso da linguagem, ela apoia-se na gramática interna do aluno, pois eles irão observar e verificar o que dominam, passando a dividir estas informações.

  E por último temos a GRAMÁTICA NORMATIVA e seu ensino prescrito, ou seja, seu foco é exclusivamente o estudo das regras de uso da norma culta da língua. Ela deve ser utilizada pelo professor, no momento que o objetivo é mostrar para o aluno as situações do uso da língua em situações de formalidade, que exigem a língua padrão.

  Acho bem pertinente apontar uma reportagem da Revista Língua Portuguesa, nrº 20, pg 18-21, que fala sobre o trabalho com a Gramática:

O ENSINO DA GRAMÁTICA É ESSENCIAL PARA QUE
A ESCOLA CONDICIONE OS ALUNOS A FORMAR
RACIOCÍNIOS COMPLEXOS. “por Leo Ricino*

  Em ótimo artigo publicado no número 18 da Conhecimento Prático Língua Portuguesa, Cláudio Cavalcanti afirma que “Ensinar língua materna não deve ser sinônimo perfeito de ensinar gramática, há um campo muito vasto a ser explorado em nosso vernáculo”. E disse-o muito bem, principalmente ao afirmar que “não precisa ser sinônimo perfeito”, o que pressupõe que pode ser sinônimo imperfeito, ou seja, necessário.
 Na mesma edição, Maria Aparecida Damasceno faz observação semelhante quando diz que “... observo que a escola atual continua, ainda, preocupada apenas com o domínio da gramática. A escola continua trabalhando a língua em código fechado, ou seja, no entendimento da nomenclatura gramatical como eixo principal”. E também o disse muito bem. Segundo ela “O professor deve estimular uma necessidade natural de investigação linguística, lecionando com entusiasmo e discernimento para aceitar e respeitar as diversidades linguísticas de seus alunos, que se tornarão sujeitos mais conscientes de sua língua materna e de maior competência para absorver o que é expresso em nosso vernáculo”, nem tem ensinado gramática como o verdadeiro suporte inexorável de qualquer texto. E nem falamos do aluno, a outra parte indispensável do processo ensino/aprendizagem, cuja atuação também está a exigir uma drástica revisão.
É preciso ficar claro, de saída, que a gramática não é uma lei que deve ser obedecida e acatada inquestionavelmente, nem ser uma barreira à mutabilidade da língua. Gramática é apenas um guia do que se chama sincronicamente “língua culta” ou “norma padrão”. A gramática não barra, e sim se adapta às mudanças da língua. E a própria Sociolinguística citada no referido primeiro artigo, poderia, também, até ser considerada uma “gramática da língua não culta”.
Constatado que há uma língua considerada “culta, padrão” e outra “não culta”, é aí que entra um dos papéis da escola. Ela não pode desconsiderar a língua natural com a qual seu frequentador se apresenta para o processo milagroso da alfabetização. Ela deve partir dessa língua «não culta” para o aprimoramento linguístico e propiciar à evolução do aluno aquilo que é a fundamental função da escola: dar condições de raciocínios mais complexos.
Ninguém raciocina com profundidade e complexidade a partir de vazio cultural. É preciso conteúdo para esse tipo de raciocínio. E cabe à escola disponibilizar, por meio das várias disciplinas escolares da cultura básica humana, esses conteúdos, que vão preenchendo o oco cultural que há, necessariamente, numa criança que dará os primeiros passos para a sua aculturação .
Tenho lido e ouvido que a escola não ensina coisas da realidade da vida, que os conteúdos ministrados estão distantes dessa realidade do estudante. Ora, em havendo todo um repensar do processo, ao ministrar os conteúdos disciplinares, estabelecidos como tais pela própria sociedade, a escola estaria cumprindo seu papel essencial, que é ampliar a capacidade de raciocínio.
  Ao ensinar a norma culta e os demais conteúdos disciplinares, a escola propriciaria a possibilidade de evolução cultural, social e econômica dos seus frequentadores.

  Esta reportagem na minha opinião tem seus prós e contras, pois o autor parece apontar que existe um desprestígio as pessoas que não falam a norma culta. Eu gostaria de quem estivesse lendo, também pudesse dar sua opinião.

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