quinta-feira, 15 de outubro de 2009

09/10/2009 - OFINICA Nº9


 
A retomada era a seguinte: nos encontramos e os abraços foram muito satisfatórios. Entreguei para as cursistas uma pequena lembrança que eu comprei na UniRitter e começamos pelos assuntos mencionados no Gestar em POA. Falei do sucesso da apresentação dos Relatórios e de nossas práticas em sala de aula, elas ficaram muito felizes com os resultados.
 
  Logo eu entreguei um material para reflexão da Revista LP nº 19, uma reportagem de Marcos Bagno - O ABISMO DO PADRÃO. No artigo era apontado a ideia de Língua Padrão x Língua Coloquial. O assunto era bem pertinente com as Unidades que seriam exploradas e com o que foi falado no encontro em POA. As ideias foram sendo trazidas à tona e bem exploradas com nossas últimas vivências em sala de aula.
  Acho pertinente mencionar algumas citações:
  " A linguagem está sempre inserida em um diálogo constante com a vida social e cultural; dessa forma ela se torna viva, múltipla, porque marcada pelas vozes presentes nas interações sociais." ( Mikhail Bakhtin )
  Também para Sírio Possenti, " O que o aluno produz reflete o que ele sabe ( Gramática internalizada ). A comparação sem preconceito das formas é uma tarefa da gramática descritiva. E a explicitação da aceitação ou rejeição social de tais formas é uma tarefa da gramática normativa. As três podem evidentemente conviver na escola. Em especial, pode-se ensinar o padrão sem estigmatizar e humilhar o usuário de formas populares como "nóis vai ". Acho que com estes dizeres, não é preciso falar mais muita coisa. A escola que exige do professor cópia e gramática, está podando e impedindo o aluno de conseguir novas vivências e aprendizagens.
  Diante disto, entreguei um texto do professor Délcio Vieira Salomon, que faz uma reflexão sobre o "bom leitor x mau leitor" e realizamos debates sobre os temas apontados, verificando que a temática do GESTAR vai ao encontro com os temas atuais abordados pelas provas do SAEB e ENEM, que visa interpretação, localização de pistas, uso de genêros e suportes, coerência, coesão, tese e argumentação. Neste momento, tudo ficou encaixadinho como uma "luva". Realizamos a leitura do texto fornecido pelo professor Maurício, " Para Sara, Raquel, Lia e para todas as crianças" de Carlos D. de Andrade e foi uma reflexão muito boa para o fechamento do tema.
  Os relatos da Unidade 17 já havíamos explorado, então somente fizemos breves menções e partimos para a Unidade 18, que havia sido realizado o Avançando na Prática.
 
  Formadora ( Sabrina )

  UNIDADE 18

  Nesta Unidade o tema abordado é Coerência e como texto ilustrativo trago o seguinte:
  Casos de problemas de comunicação no dia-a-dia:

  Família Inglesa
(Autor desconhecido)

  Certa vez uma família inglesa foi passar as férias na Alemanha. No decorrer de um dos passeios, viram uma pequena casa de campo, que lhes pareceu boa para passar as férias de verão. Foram falar com o proprietário, um pastor alemão, e combinaram alugá-la no verão seguinte.
  De volta à Inglaterra discutiram muito sobre a planta da casa. De repente a senhora lembrou-se de ter visto o W.C. Confirmando o sentido prático dos ingleses, escreveram imediatamente para confirmar tal detalhe; a carta foi escrita assim:


“Gentil Pastor,
Sou membro da família inglesa que há pouco visitou-o com o fim de alugar a sua propriedade no próximo verão. Como esquecemos um detalhe, muito agradeceríamos que nos informasse onde se encontra o W. C.”


O pastor, não compreendendo o significado da abreviatura W.C. e julgando tratar-se da capela da seita inglesa Whíte Chapel, respondeu nos seguintes termos:
“Gentil Senhora,
Tenho o prazer de comunicar-lhe, que o local de seu interesse fica a 12 quilômetros da casa. É muito cômodo, sobretudo se existe o hábito de ir lá freqüentemente. Nesse caso é preferível levar comida para passar lá o dia inteiro. Alguns vão á pé, outros de bicicletas. Há lugar para 400 pessoas sentadas e 100 em pé, e recomenda-se chegar cedo para arrumar lugar sentado, pois os assentos são de veludo. As crianças sentam-se ao lado dos adultos e todos cantam côro.
Na entrada é distribuída uma folha de papel para cada um; porém se alguém chegar depois da distribuição, pode usar a folha do vizinho ao lado. Tal folha deve ser restituída à saída para poder ser usada durante o mês. Existem ampliadores de som. Tudo o que se recolhe é para as criancinhas pobres da região. Fotógrafos especiais tiram fotos para os jornais da cidade, a fim de que todos possam ver os seus semelhantes no desempenho de um dever tão humano.
O pastor teve uma interpretação errada da sigla “W.C.”, pois em seu país não se conhece entre o povo, tal sigla, “W.C.” com a mesma finalidade dos ingleses, ou seja, abreviar a palavra “Water Glose”, que quer dizer: “Latrina com descarga de água”.

  Podemos notar claramente que quando ocorre um problema na comunicação, a compreensão fica prejudicada, resultando em leituras pobres e abstrações.
 Nós professores temos que ter em mente que a comunicação é à busca de entendimento, de compreensão. É uma ligação, transmissão de sentimentos e ideias. Se ocorrer algum problema neste percurso: ruído, entropia, redundâncias, no repertório do falante, a coerência na comunicação tanto escrita quanto oral, ficará prejudicada.
  Assim, a coerência de um texto não está propriamente no texto, ou na simples organização lingüística: é uma qualidade que se constrói na leitura e interpretação dos textos, sejam verbais ou escritos. A coerência vai combinar os textos com seu interior. Ligando as partes de maneira a formar um todo. A harmonia entre as informações que servem de pistas para estabelecer a continuidade do texto, constitui a coerência textual.
  No caso do texto “Família Inglesa”,podemos observar que a comunicação escrita não pertencia ao mesmo conhecimento de mundo dos interlocutores e isso causou todos os equívocos.
  Nosso aluno deve entender que a linguagem deve ser precisa; palavras e frases, utilizadas com economia, evitando-se as redundâncias. É preciso evitar o excesso de palavras desnecessárias.

Cursista ( Sheila )

COERÊNCIA TEXTUAL
RELATO DE PRÁTICA

  Avançando na prática da seção 3 – As partes do todo – p.105
  Este avançando na prática teve como objetivo propiciar o desenvolvimento de construção da coerência textual, através de uma história em quadrinhos que previamente foram retirados os diálogos. A turma deveria escrever os diálogos, de maneira que existisse coerência entre si e contextualização com o conteúdo das imagens.
  Antes de iniciar essa atividade, trabalhei um pouco sobre as características das histórias em quadrinhos, passei no quadro os tipos de balões e para que servem, falei da importância da linguagem não-verbal nas HQs para a compreensão textual e aproveitei o momento para trabalhar as onomatopéias que são bastante comuns nas HQs.
  A partir daí, levei uma história em quadrinhos sem os diálogos e pedi que os alunos analisassem as imagens e tentassem apreender o que os quadrinhos estavam querendo dizer. Oralmente criamos hipóteses para a possível história. Depois pedi que completassem os balões, criando uma história que fizesse sentido, que estivesse contextualizada com as imagens da HQ. Para isso, disse a eles que deveriam prestar bastante atenção às imagens, pois elas têm importante papel de contextualização e que muitas vezes não só o que está escrito basta ou que muitas vezes podemos encontrar HQs apresentando somente a linguagem não-verbal e aí cabe ao leitor interpretá-la a partir das figuras, posições, fisionomias, onomatopéias... A HQ que levei aos alunos apresentava alguns quadrinhos só de imagens e algumas onomatopéias que eles deveriam levar em consideração para criar um texto coerente.
  Não realizei a segunda sugestão do avançando na prática com a turma, entretanto pedi aos alunos que eles próprios criassem uma história em quadrinhos que apresentasse todos os tipos de balões estudados: de fala, de pensamento, cochicho, grito; algumas onomatopéias e quadrinhos somente com linguagem não-verbal, procurando estar atentos para tudo se encaixar dentro do fio condutor da história, contextualizando todas essas características das HQs que trabalhamos, na história elaborada.
 Com esta atividade acredito que a turma atingiu os objetivos, ficando clara a importância da coerência e coesão para que um texto seja bem compreendido, sem haver falhas, ambigüidades. Um texto não é só um amontoado de frases, as frases devem apresentar sentido, seguindo um caminho de entrelaçamento de idéias que estabeleçam coerência, contextualização de informações numa estrutura textual.

Cursista ( FABI )

Avançando na Prática – Unidade 18
Coerência Textual

  O Avançando na Prática referente à Unidade 18 busca compreender que a coerência se dá quando os elementos que compõe um texto contribuem para a harmonia entre as partes deste mesmo texto. Tais elementos podem ser verbais ou não verbais e, para que haja uma compreensão por parte do leitor é necessário que este mesmo leitor tenha um conhecimento prévio desses elementos a fim de possibilitar a compreensão e, finalmente a eficácia da leitura.
  Este Avançando na Prática foi desenvolvido em duas turmas. (5ª e 7ª séries).
  Com a 5ª série procurei trabalhar com Histórias em Quadrinhos. Primeiramente, distribui material em que os alunos no decorrer da atividade descobriam os tipos de balões. Expliquei todos os tipos e finalidades deixando claro a importância da utilização de cada um deles em relação a compreensão da mensagem transmitida ao leitor.
  Após distribuí material somente com sequência de imagens, na qual os alunos deveriam observar e desenvolver as falas dos personagens de acordo com as imagens apresentadas e os balões solicitados em cada quadrinho.
Como a atividade transcorreu tranquilamente, aproveitei para realizar com os alunos a transposição de gênero transformando a história em quadrinhos em um diálogo, procurando deixar claros os seguintes aspectos no decorrer do diálogo: quem, onde, quando e como a história esta acontecendo, com isso aproveitei para trabalhar alguns elementos da narrativa sem precisar usar de conceitos.
  A atividade foi realizada de forma tranquila e bastante satisfatória, pois os alunos não apresentaram dificuldades alguma, o que não prejudicou em nenhum momento à obtenção dos resultados desejados. Apenas alguns alunos reclamaram quanto à escrita do diálogo, mas acabaram realizando a atividade.
  Tanto as falas da HQ quanto a produção do diálogo superam as minhas expectativas, pois os alunos conseguiram, em sua maioria, estabelecer relação entre as imagens apresentadas com os textos escritos.
  Já com a turma da 7ª série, procurei trabalhar com a atividade proposta no AAA5 – Aula 5 – A unidade das imagens em que o objetivo é identificar como se constrói a unidade de sentido nos textos de imagens.
  Após a distribuição do material, expliquei que alguns textos são compostos a partir de seqüência de palavras previamente escolhidas e organizadas pelo autor. Outros textos, no lugar de palavras, apresentam-se ao leitor a seqüência de imagens que juntas e organizadas, constroem uma narrativa, uma história.
  Diante da explicação, solicitei aos alunos que observassem as imagens apresentadas e as organizassem para compor um texto narrativo com início, meio e fim, e após a leitura atenta dos elementos das imagens, os mesmos deveriam atribuir uma numeração para a sequência apresentada para em seguida reconstituir a narrativa de forma escrita.
  Como os alunos estavam apresentando certas dificuldades quanto a produção da versão escrita da história, procurei orientá-los quanto as pistas das ilustrações que permitem construir a sequência da narrativa, pois a dificuldade maior era de relacionar as imagens a forma escrita e consequentemente produzir um texto com início, meio e fim, mas com algumas dicas dadas, todos conseguiram desenvolver a atividade proposta.
  As atividades propostas têm superado todas as dificuldades com um resultado expressivo dos alunos, pois eles sempre produzem dentro do que é proposto, as atividades realizadas.

  Após relato das meninas e suas dificuldades e recompensas com o trabalho desta unidade, realizamos coletivamente a Proposta de Atividade da Oficina, através da análise do texto publicitário FURNAS. O trabalho foi bem rápido até e bem divertido, pois as ideias e pistas iam surgindo a todo momento e tínhamos que mudar nossas anotações sobre o que víamos no contexto e no visual e concluímos o quanto é importante o resgate do conhecimento de mundo de nossos alunos, para assim concretizar uma compreensão sobre o que eles realmente entenderam e o que tal atividade pode significar  realmente para eles e não ser somente mais uma atividade sem nexo ou fundamento. É exatamente aproveitar o conhecimento prévio já trazido, instigando novos apontamentos sobre o texto explorado.
  Esta oficina, diferente das demais, parece que aconteceu de forma mais rápida, talvez porque já estávamos bem interadas do assunto.


  " A leitura de um bom livro é um diálogo incessante: o livro fala e a alma responde." ( Ruben Zevallos Jr.)

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