quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Unidade 19 - COESÃO TEXTUAL

  Para reflexão, segue a seguinte frase:

  " DEVE EXISTIR UMA FORMA DE AVALIAR OS CANDIDATOS; E ISSO NÃO É POSSÍVEL APENAS FAZENDO UMA PROVA, ONDE OS CANDIDATOS PODERIAM TALVEZ TER IDO MELHOR NO DIA SEGUINTE OU NO ANTERIOR POR QUESTÕES PSICOLÓGICAS, MENTAIS OU O QUE FOR".
 
  Acharam confuso? Que tal se ficasse assim:

  " Deve haver uma forma de avaliar os candidatos, mas isso não é possível com a aplicação de uma única prova, pois seu desempenho pode variar em dias diferentes, graças às condições psicológicas, por exemplo".

  Esta frase é um típico exemplo de texto com problema de COESÃO, pois um texto coeso, deve ser organizado por nexos lógicos adequados, com a sequência de ideias encadeadas logicamente, evitando frases e períodos desconexos. O texto deve ser intelígível, evitando ambiguidades e obscuridades. Assim, a frase antes de ser reescrita, estava confusa e obscura para o leitor, não estava bem escrita. Na Unidade em questão, fala em focalizar procedimentos linguísticos que permitem fazer, de um texto, um texto bem formado.
  Entendem-se por COESÃO os conjuntos de recursos linguísticos que, interligados, sustentam a construção da coerência textual. Devemos encontrar indicações que nos "conduzam" para uma continuidade de sentidos. Deve haver palavras ou termos que mostrem como devemos entender e interpretar o texto.
  A Coesão pode, portanto, ser considerada parceira da coerência nos objetivos de fazer um texto ter sentido, porque ela colabora para a interpretação de um texto, faz uma articulação do que vem antes e do que vem depois. São os elos, laços coesivos.
  As atividades desta unidade, mostram uma série de exemplos de textos: poemas, reportagens, propagandas, frases, músicas que nos fazem perceber este fio condutor da formação de sentido.
  Este tema eu costumo trabalhar muito com o meu Ensino Médio Noturno e as aulas são uma festa. Eles ficam enlouquecidos com este assunto de COESÃO e COERÊNCIA, porque dizem que é muito bom conseguir perceber que algo que eles achavam que estava "claro", não está tão bem escrito, dando margem e muitas outras interpertações. Gostam de trabalhar em cima de seus próprios textos produzidos e começam um olhar diferenciado sobre suas escritas e acabam percebendo que é possível uma reescritura para buscar melhor entendimento. Eu adoro quando isto acontece, porque eles ficam muito críticos e desenvolvem bem melhor a escrita e os argumentos.

  Agora, segue relato de minhas cursistas Fabi e Sheila, que conseguiram em lindas palavras, apontar as ideias principais desta Unidade, ou seja, "enlaçaram seus dizeres de tal modo, que de forma clara e sem obscuridade, conseguiram exemplificar a noção de COESÃO e COERÊNCIA":

FABI

SOCIALIZANDO O CONHECIMENTO – UNIDADE 19
COESÃO TEXTUAL


Antes de tudo é preciso saber que a coesão e coerência são chaves principais de qualquer texto, sem elas não vamos a lugar nenhum e é a partir deste conceito que a Unidade 19 busca analisar e sistematizar os meios segundo os quais um texto seja considerado bem formado, visando a três objetivos:

1. Identificar elementos linguísticos responsáveis pela continuidade de sentidos de um texto;
2. Analisar mecanismos de coesão referencial;
3. Analisar mecanismos de coesão referencial.

Vimos que um texto não é apenas amontoado de palavras ou uma sequência de frases, juntamente com a coerência, a coesão é a responsável por manter a continuidade significativa do texto.
A coesão textual é um mecanismo linguístico que articula as informações de um texto, relacionando sentenças com o que veio antes e com o que virá depois, no propósito comunicativo de, conjuntamente, tecer o texto.
Ou, dizendo de outro modo, coesão é um conjunto de recursos linguísticos que orientam a construção da continuidade de sentidos. Por isso, é fator de textualidade solidário à coerência.
A coesão textual é responsável pela ligação das ideias nos textos. Termos linguísticos que orientam como as informações devem ser organizadas são os elos ou laços coesivos, que compõem as cadeias coesivas.
A natureza gramatical de cada um desses elementos, os elos ou laços coesivos, é muito variada: podem ser simples morfemas, palavras, frases ou até orações inteiras; podem pertencer a diferentes classificações gramaticais. Podem se referir a outras palavras ou a conjuntos de idéias ou conceitos.
Observando os textos, é fácil perceber que em alguns casos temos textos de coesão bem organizada; em outros a coesão parece “mais frouxa”. Por isso, é importante reconhecer que a coesão não é uma condição necessária para que um texto seja um texto, embora isso não seja um caso muito comum. Quando temos poucas marcas de coesão – poucos elos coesivos – em um texto, nossa tendência é considerar a simples ordem das ideias como a sequência em que deve ser (re)construído o mundo textual.
A coesão é a manifestação linguística da coerência e se realiza nas relações entre elementos sucessivos (artigos, pronomes adjetivos, adjetivos em relação aos substantivos; formas verbais em relação aos sujeitos; tempos verbais nas relações espaços-temporais constitutivas do texto), na organização de períodos, de parágrafos, das partes do todo, como formadoras de uma cadeia de sentido capaz de apresentar e desenvolver um tema ou as unidades de um texto. Construída com os mecanismos gramaticais e lexicais, confere unidade formal ao texto.

“A coesão não nos revela a significação do texto, revela-nos a construção do texto enquanto edifícios semânticos.” M. Haliiday

A metáfora acima representa de forma bastante eficaz o sentido de coesão, assim como as partes que compõem a estrutura de um edifício devem estar bem conectadas, bem “amarradas”, as várias partes de uma frase devem se apresentar bem “amarradas”, para que o texto cumpra sua função primordial de veículo de articulação entre o autor e seu leitor.
Segundo Evanildo Bechara “o enunciado não se constrói com um amontoado de palavras e orações. Elas se organizam segundo princípios gerais de dependência e independência sintática e semântica, recobertos por unidades melódicas e rítmicas que sedimentam estes princípios”.
A coesão é essa “amarração” entre as várias partes do texto, ou seja, o entrelaçamento significativo entre declarações e sentenças. Existem, em Língua Portuguesa, dois tipos de coesão: a lexical e a gramatical.
A coesão lexical é obtida pelas relações de sinônimos, hiperônimos, nomes genéricos e formas elididas. Já a coesão gramatical é conseguida a partir do emprego adequado de artigo, pronomes, adjetivo, determinados advérbios e expressões adverbiais, conjunções e numerais.
Para que um texto apresente , devemos escrever de maneira que as ideias se liguem umas às outras, formando um fluxo lógico e contínuo. Quando um texto está coeso, temos a sensação de que sua leitura se dá com facilidade.



SHEILA


  Esta unidade trata do que é coesão textual. Um texto precisa de coesão para estar bem formado. Precisa de palavras ou termos que formam mecanismos através de articulações de sentidos de cada parte do texto ao sentido do todo.
  Junto com a coerência que estudamos na unidade anterior, a coesão é a responsável por manter a continuidade significativa do texto. Só com coerência e coesão o texto estabelece sentido completo. A coerência e a coesão dependem uma da outra dentro do texto. Só é possível interpretar um texto se ele estiver coerente e coeso.
  A coesão textual articula as informações de um texto, relacionando-as na sequência textual, formando um todo. É um mecanismo que dá subsídios para a continuidade da construção textual. É responsável por ligar as idéias no texto, através de termos lingüísticos (elos, laços coesivos) que orientam como as informações devem ser organizadas.
  Os elos coesivos são responsáveis pela retomada de idéias dentro de um texto e a coesão seqüencial estabelece o encadeamento das partes do texto e, além disso, os elementos da coesão seqüencial provocam expectativas de continuidade de sentidos no texto e dão pistas ao leitor/ouvinte sobre como devem ser interpretados esses sentidos.


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