quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Unidade 24 - LITERATURA PARA ADOLESCENTES

  Nesta Unidade pode-se observar o percurso fundamental do GESTAR, a leitura dentro e fora da sala de aula. Alguns pontos são muito relevantes para mim:

" O homem não é só um animal social, é um animal estético também. E, dentre as artes, a literatura, tendo como matéria-prima a palavra, é a que mais aprofunda nossa reflexão sobre a condição humana...o texto literário é fundamental por um motivo inverso: pela fantasia e pela "inutilidade", tem a condição essencial de alimentar nossas utopias e procurar desvendar o mistério da vida. Afinal, alimentar o espírito é tão importante quanto nutrir o corpo..., por isso é importante enfatizar que a escola precisa criar essa presença, para que, pelo menos em algum momento da vida, dentro ou fora da sala de aula, as pessoas se lembrem da experiência gratificante de ouvir ou ler literatura e sintam a " falta". "( TP6, pg165 )
  Assim, esta Unidade vai tratar justamente do trabalho do professor com o aluno, em relação a Literatura. Muitos de nós enfatizamos que nossos alunos não leem, mas o que é ler afinal? Somente obras literárias? Vemos diariamente os alunos realizando envio e recebimento de mensagens pelo celular, vemos também eles com revistas nas mãos, gibis e muitas trocas de bilhetes entre eles. Isso não é prática de leitura e escrita? Sim, mas os próprios alunos afirmam que leem só por cima, olham só o que interessa e não gostam de leituras mais longas e isso fica fácil de perceber, quando vamos trabalhar com um texto mais longo em sala de aula. Nossa! è só reclamação e muitos não leem, vão direto tentando acertar as respostas sem ao menos explorar o texto.

  O trabalho com a leitura em sala de aula não é fácil, mas se o professor fazer disso um hábito desde as séries iniciais, creio que o desejo não irá apagar, mas o que acontece é que nas séries inciais existe o hábito e depois que os alunos passam para a quinta-série, os professores de área já não mais mantêm o mesmo ritmo e isso é um grande fator contribuinte para os alunos deixarem de ler, uma vez que muitos não tem o hábito em casa.

  Oliveira (2005, p. 118) considera que:

“O processo de escolarização introduz a criança num ambiente no qual os saberes sobre a leitura são sistematizados. Esse processo deve possibilitar a decodificação e a compreensão dos mais variados textos. Durante os anos de aprendizagem, se não houver uma prática intensa, variada e gratificante, que seduza o aluno para o ato constante da leitura, seja dentro da escola ou fora dela, existe a possibilidade de que o desenvolvimento formativo de leitura não permita ao leitor ler, ir para além dos textos, a realidade social”.

  Como a maioria dos alunos provenientes de classes menos favorecidas não desenvolve o hábito da leitura em casa, a escola é que possibilita condições para este ato, desta forma muitos alunos têm dificuldade em concentrar-se na leitura e
desenvolver o hábito de ler.

    Os PCNs sugerem um trabalho voltado para a diversidade de gêneros textuais. Segundo os PCNs (Brasil, 2001, p. 54)
“A leitura tem sido objeto de ensino nas escolas e para que se torne em objeto de aprendizagem é preciso que a mesma faça sentido para o aluno, acrescenta ainda que: como se trata de uma prática social complexa, se a escola pretende converter a leitura em objeto de aprendizagem deve
preservar sua natureza e complexidade, sem descaracterizá-la. Isso significa trabalhar com a diversidade de textos e de combinação entre eles. Significa trabalhar com a diversidade de objetivos e modalidades que caracteriza a leitura, ou seja, os diferentes ‘para quês’...”.

  Então é possível, mas tem que existir um bom planejamento em relação a turma e ao ano correspondente. Nas escolas em que trabalho, vejo bem esta diferença, meus alunos da quinta-série adoram ler e trabalhar com textos, mas os da sexta, já relutam muito e os do Ensino Médio, é algo variável.
  Este ano realizei um trabalho muito legal com minha quinta-série. Inciei o trabalho com a leitura do texto da Eva Furnari - FUNGO. Li a história para eles, logo depois eles fizeram um desenho do Fungo e seus pais, só para depois eu mostrar as figuras. Logo que conheceram o personagem principal, eles mesmo quiseram escrever uma carta para o FUNGO e sairam muitos textos legais. Montamos uma exposição na escola e as turmas adoraram. Os alunos naquela semana, retiraram muitos livros da mesma autora, na biblioteca e todo encontro cada qual queria narrar seus encantamentos.
  Nesta Unidade, estou trabalhando o Avançando na Prática da pg 178. Começei com a leitura do texto da pg169 e partimos para muitas questões. Os alunos foram associando o texto aos personagens e fatos dos contos de fadas e histórias que eles já conheciam. Antes da produção, parti para exposição da caixa de leitura na sala. Coloquei muitas obras e eles tiveram uma HORA DA LEITURA, nossa! Foi muito legal, liam, reliam e trocavam entre si as obras. Depois relacionei os livros que eles levariam para casa e o engraçado é que muitos escolheram uma coleção chamada LER e SONHAR, que reúne muitas fábulas e contos de fadas num mesmo exemplar, então no nosso próximo encontro que foi dia 23/10/09, eles conversaram sobre as histórias. Logo eu entreguei para eles a história da CHAPEUZINHO VERMELHO POLITICAMENTE CORRETA. Foi um barato, foram perceberam pistas que não eram comuns ao conto tradicional. Neste momento paramos e conversamos sobre as versões que eles já conheciam e teve muitas. Então do mesmo livro CONTOS DE FADAS POLITICAMENTE CORRETOS, eu retirei a dos TRÊS PORQUINHOS e eles foram fazendo comentários sobre a política e a situação social do Brasil. Após eu trabalhei o Filme: Deu a louca na Branca de Neve, e as meninas foram as que mais interagiram. Na nova troca de livros, muitos ainda optaram pelos contos de fadas, mas alguns meninos pegaram Gibis e outros livros de ficção. No nosso último enconto, eles partiram para criação de novos contos de fadas, embasados no que eles já haviam trabalhado, criaram novas versões. Posteriormente ao rascunho, houve a troca e  os outros colegas leram e foram apontando algumas alterações para melhoria do texto. Só então foi passado a limpo os textos e mesmo assim, ficou algumas coisinhas..., pois muitos só perceberam erros, outros pontuação nos diálogos e outros conseguiram apontar falta de estrutura. Ficaram muito bons os textos.
  Os alunos além de pôr no papel suas histórias embasadas em contos já conhecidos, muitos modificaram o narrador da trama e transformaram seus textos com muita autoridade. Posso lembrar aqui um material semelhante que saiu na Revista Nova Escola, Nº 223, pg 76-78, que faz algo semelhante, REESCRITA COM PERSONAGEM-NARRADOR. A diferença aqui, é que eles puderam escolher entre livros lidos e o filme assistido.  Esta atividade do Avançando na Prática foi interligada ao Avançando do TP 1 pg 144. Segue foto:























































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