sábado, 17 de outubro de 2009

16/09/2009 - OFICINA Nº 10


Obs.: Este material foram produzidos pelos alunos de Sheila, na atividade da HQ sequencial.

  Nosso encontro começou de um modo um pouco diferente, minha cursista Sheila surpreendeu-nos com um ótimo material de sugestão de atividades e ficamos bem felizes com as atividades. Logo retomamos nossas anotações das Unidades 19 e 20 e falamos sobre o Avançando na Prática da pg196 do TP5. Notamos que os alunos tiveram muita dificuldade para refle-tirem sobre as Relações Lógicas, eles queriam era produzir logo e não refletir. Quando lhes foi entregue as cartas para a realização da montagem da sequência lógica da HQ, a rapidez foi tremenda, mas a atenção muito pouca por alguns. Depois de pronta a atividade e apresentada para o grande grupo, é que eles perceberam que tinham que ter mais atenção para achar as pistas. O engraçado é que achamos que com as séries finais, 7ª e 8ª, as atividades aconteceram de forma mais tranquila, deu impressão de estarem mais preparados.
  Na sequência da oficina, coloquei sobre a mesa os seguintes objetos: rapadura, agenda, caneta e pedi para que elas criassem uma propaganda, e então, descobrimos que a cursista Fabi estava de dieta e detestou a ideia de ter sobre a mesa uma rapadura e é claro que minha cursista Sheila escolheu este objeto para a elaboração do texto. Que sacanagem com a menina hein?!
  Primeiramente analisamos o exemplo fornecido no TP e somente depois de bastante discussão, é que partiram para a escrita. O texto ficou assim:
  "Você nunca mais vai sentir um sabor igual: cocadinha macia e com um toque suave de chocolate. Este aroma e sabor, irá embora para sempre, sairá de vez deste pacote, pois você não consegue parar de me devorar. 
  Despedidas de uma Rapadura." 

  Só para lembrar que quem comeu a rapadura foi a Sheila
  Nosso grupo teve uma opinião unânine, nós achamos as atividades do TP5 maravilhosas, mas para um público de séries maiores, pois no avançando na Prática, notamos falta de maturidade nos alunos da 5ª, eles tiveram muitas dificuldades de achar as pistas, fazer as relações de mapeamento.
  Após a finalização da Oficina, partimos para o TP6 e ficamos um pouco apreensivas com o tempo, pois fai ficar apertado para terminarmos todos os TP´S.
  Na Unidade 21, minha cursista Sheila lembrou de uma reportagem da Revista Nova Escola - Guia, que remete exatamente ao tema desta Unidade. O uso da linguagem como meio argumentativo, estabelecendo uma interação com o outro e buscando o fazer social. A importância do aluno saber: Como? Por quê? Pra quem? é que ele irá escrever.
  Percebe-se também a necessidade de busca pelo mapeamento, conhecimento prévio de mundo do meu aluno, mas num primeiro momento, coletivamente, para somente depois, partir para o individual. Temos que ter consciência que os efeitos de sentido se constrói no coletivo.
  Algo veio à tona na lembrança, quando propomos para os alunos uma produção escrita, é muito engraçado, que inicialmente eles relutam por começar, dizem que não sabem fazer e nem o que escrever, mas depois que iniciam, flui normalmente. Então percebesse a dificuldade de argumentação, ter o que escrever, mas depois do processo iniciado, surge uma fruição nas ideias e isso é quase sempre e independente das series. Com essa modalidade que aderimos entre nós professoras de Português do Gestar em Glorinha, a troca de produção entre os alunos de nossas escolas, parece que o processo da escrita está mais prazeroso, pois os alunos sabem melhor o que argumentar e como fazer quando sabem a quem o texto se dirige.
  Outro fato muito importante, é o tipo de argumento e o "peso" que pode representar. Realizei com uma de minhas turmas, um julgamento, com direito a réu, defesa, acusação, juíz e testemunhas, foi excelente. Os alunos tiveram que baseados na tese que apresentei, incorporar diferentes personagens e adotar os argumentos condizentes com o papel que estavam representando. A aula deu o que falar. Foi muito bom e melhor ainda, eles conseguiram adaptar seus discursos, de forma natural, sem necessidade de eu induzi-los a tal atitude.

  RELATO DE MINHA CURSISTA FABI:

SOCIALIZANDO O CONHECIMENTO – UNIDADE 21
ARGUMENTAÇÃO E LINGUAGEM


A Unidade 21 focaliza o estudo da língua e linguagem como nossa existência de seres humanos é moldada pela nossa capacidade de agir pela linguagem e diante desta perspectiva sabemos que COMUNICAR não significa apenas enviar uma mensagem e fazer com que nosso ouvinte/leitor a receba e a compreenda. Podemos dizer que nós nos valemos da linguagem não apenas para transmitir ideias, informações. São muito frequentes às vezes em que tomamos a palavra para fazer com que nosso ouvinte/leitor aceite o que estamos expressando (e não apenas compreenda); que creia ou faça o que está sendo dito ou proposto.
COMUNICAR não é, pois, apenas um fazer saber, mas também um fazer crer, um fazer. Nesse sentido, a língua não é apenas um instrumento de comunicação; ela é também um instrumento de ação, isto é, uma estratégia que visa a convencer, a persuadir, a aceitar, a fazer crer, a mudar de opinião, a levar a uma determinada ação.
Portanto, todo o uso da linguagem é argumentativo, pois estabelece uma interação com o outro, uma relação de fazer social. E toda linguagem é um processo sempre em movimento, por isso em qualquer processo de comunicação é preciso que o aluno saiba: Como? Por quê? Para quem? ele estará transmitindo uma mensagem, seja ela escrita ou falada. Assim sendo, talvez não se caracterizaria em exagero afirmarmos que falar e escrever é argumentar.
Um texto argumentativo tem como finalidade convencer o leitor com clareza do seu objetivo. Não é possível construir uma boa argumentação com argumentos fracos, falsos. É preciso ter conhecimento do assunto para poder argumentar e defender seu ponto de vista.
O estudo desta Unidade busca contribuir para a compreensão do fenômeno da linguagem, na sua dimensão argumentativa, e para a sistematização de recursos linguísticos que tecem um texto argumentativo, visando aos seguintes objetivos:
1. Identificar marcas de argumentatividade na organização dos textos;
2. Identificar e analisar diferentes tipos de argumentos que sustentam uma argumentação textual;
3. Reconhecer a qualidade da argumentação textual.

Diante do estudo dos tipos textuais, a propósito do tipo argumentativo, que, ao considerarmos a linguagem como uma forma de trabalho cultural, estamos considerando que toda manifestação linguística é também basicamente argumentativa. Ou seja: sempre que utilizamos a linguagem, estaremos alterando – ou querendo alterar – as crenças dos interlocutores, implicitamente querendo convencê-los de nossas ideias.
É importante salientar que todo ato de linguagem objetiva produz efeito e de sentido, que podem ser concretizados em ações ou em mudança/reforço de opiniões.
Quando temos consciência de que o objetivo maior ao produzir um texto é fazer o leitor/ouvinte crer em alguma de nossas ideias, classificamos esse texto como argumentativo. Nesse texto, a ideia principal para a qual buscamos a adesão do leitor/ouvinte, o objetivo de convencimento do leitor/ouvinte, constitui a tese. Cada motivo ou razão que damos para comprovar a tese é chamado de argumento.
Argumentos baseados no senso comum, ou no consenso, são verdades aceitas culturalmente, sem necessidade de comprovação, isto é toda dúvida ou questionamento resiste a uma boa argumentação. Uma boa argumentação depende, primeiramente, da clareza do objetivo (da tese a comprovar); e depois, da solidariedade entre os argumentos: todos devem conduzir para o mesmo objetivo.
Como argumentar é firmar uma posição diante de um problema, um compromisso com a informação e o conhecimento, não é possível construir uma boa argumentação com argumentos fracos, falsos ou incoerentes.
Uma argumentação é considerada inadequada ou defeituosa quando não dá condições para que os objetivos sejam atingidos. Há várias razões para isso acontecer: podem ser razões ligadas à incompreensão, ou não-aceitação, do interlocutor; podem ser razões ligadas ao desenvolvimento do texto, ou mesmo razões relacionadas à não-correspondência entre os argumentos e o “mundo real”.
Em suma, encontramos, na escolha dos argumentos, vários níveis de adequação e vários níveis de inadequação quanto à demonstração da tese pretendida: os sentidos globais do texto e o objetivo da argumentação é que definem sua qualidade.



RELATO DE MINHA CURSISTA SHEILA:

UNIDADE 20 – 16/10/09

  Dedicamos este momento para exposição de observações sobre os temas e atividades das unidades 19 e 20. Levei umas sugestões de atividades com HQ e transposição de gênero textual: Receita de energético para o dia das crianças, Zero Hora, 11 out. 2009, para as minhas colegas (acho que elas gostaram). Em seguida, a formadora Sabrina teceu seus comentários sobre o Avançando na Prática da p.196 do TP5. Relatou que os alunos ficaram entusiasmados com a atividade inicial que nem se deram conta que deveriam ser mais atentos na realização do trabalho, queriam logo fazer e só perceberam que deveriam ter se concentrado mais quando apresentaram o trabalho para o grande grupo, aí observaram que para acharem as pistas para a realização do trabalho deveriam ter feito com mais calma. As atividades com as séries finais foi mais tranqüila, pois entendemos que eles já estão mais preparados por já terem trabalhado mais os conteúdos envolvidos.
  Na proposta de atividade da parte 3 da oficina, a professora Sabrina colocou sobre a mesa: caneta, agenda, rapadura, DVD e bolachas. Tivemos que criar uma propaganda sobre um dos itens que estavam sobre a mesa. Achei legal e logo escolhi a rapadura, até porque não poderia deixar de fazer uma propaganda de um produto da minha terra, me criei em meio à fabricação de rapaduras. Entretanto, minha colega Fabiana não gostou muito da ideia, pois disse estar de dieta. Mas não teve problema, eu quebrei a dieta por ela (rsrsrs), só que não comi toda a rapadura não, só uns pedacinhos.
  Analisamos a propaganda de exemplo do TP e criamos a nossa:
"Você nunca mais vai sentir um sabor igual: cocadinha macia e com um toque suave de chocolate. Este aroma e sabor irá embora para sempre, sairá de vez deste pacote, pois você não consegue parar de devorar-me .
  Despedidas de uma Rapadura."
  Conversamos sobre as atividades dos TP5 e todas achamos que são atividades extremamente boas para turmas de séries finais, por eles já estarem mais preparados e terem mais experiência para a realização dos trabalhos. Os alunos menores tiveram dificuldades para fazer o mapeamento do texto, de encontrar pistas.
  Para finalizar a oficina, discutimos um pouco sobre o TP6. Estamos preocupadas com o pouco tempo que nos resta para explorarmos todos os TPs.
  Na unidade 21, lembrei de uma reportagem da Revista Nova Escola – setembro 2009 - que vem de encontro com o conteúdo desta unidade, que expõe a importância do aluno saber para que público irá escrever, estabelecendo uma interação com o outro e buscando o fazer social.

UNIDADE 21
ARGUMENTAÇÃO E LINGUAGEM

Para produzir um texto argumentativo é preciso antecipadamente buscar o fazer coletivo, o mapeamento das idéias, a busca do conhecimento prévio para adquirir subsídios (argumentos) para a produção individual. Fica muito mais fácil escrever sobre um assunto que se conhece.
O objetivo principal do texto argumentativo é levar o leitor/ouvinte a se convencer das idéias argumentadas no texto. E então, constitui-se a tese. O argumento é um dos motivos ou razões para a comprovação da tese.
Um texto argumentativo bem produzido deve estar bem argumentado para que o objetivo do texto seja alcançado: persuadir o leitor a favor da veracidade da tese.
Os argumentos precisam estar coerentes e todos devem seguir um mesmo objetivo. Não é possível produzir um bom texto argumentativo com argumentos fracos, falsos e incoerentes. O autor precisa explicitar seu ponto de vista e levar o leitor/ouvinte a crer naquilo que o autor acredita. Não há dúvida que resista a uma boa fundamentação.


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